domingo, 27 de maio de 2018

Lagriminhas


Os poemas que escrevi
para meu pai e minha mãe,
ainda choro quando leio.

E fico pensando assim:
meu Deus, quando é que passa
essa solidão dura e inclemente?

Muitos anos atrás
escrevia poemas em perguntas
e ainda me faltam as respostas.

Um dia a vida finda
e tudo de bom e ruim
fica esquecido.

Agora, porém, levo comigo
as lembranças boas
as ausências.

Em dias aleatórios
lembro dos meus pais
e choro pelas madrugadas.

Em tardes aleatórias
chorava por minha mãe
caminhando em lembranças.

Fingi me acostumar
porque a vida segue,
está bem.

O coração, apenas,
teima em fazer dessas
e a gente não controla.

Esqueci minhas perguntas
de quando tinha quinze anos,
as memórias continuam aqui.

Outro dia fez dois anos,
não escrevi, não falei,
pensei, senti.

Amanhã faz cinco anos
nunca sei ao certo
como vou agir.

Sinto sempre e muito, penso
falo pouco ou quase nada
pareço sempre igual.

Todo mundo sabe
ninguém é o que parece
lição pra recordar.

Não é possível
viver a vida
sem sofrer.

Não é bom
viver a vida
sem amar.

De alguma forma
é um mistério
a gente pode se encontrar.

A mesma música
um livro
uma ausência.

De alguma forma
não sei como
espero
a gente se encontra por aí.

Goiás, 27/06/2015 (1h22) – Anápolis, 21/05/2018 (20h08)

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