quinta-feira, 30 de junho de 2011

Aplauso

Aplauso para o céu
beijo as estrelas
reverência para o sol
repetição esplêndida!

A lua cheia alegra
de outra forma sorri
os anos sem fim das árvores
levam muitos pensamentos
vagarosos e suaves.

Chuva depois da seca
ressurreição de tudo
as abelhas as flores
frutas multicores
pássaros rasgos no ar
rios pacientes
mar até o horizonte
infinito.

De braços abertos
recebo toda a vida
reconheço acanhado
merece aplauso de pé
e uma grande reverência
o criador.

Cidade de Goiás, 30 de junho de 2010.

sábado, 25 de junho de 2011

Olhos fechados


Se estudamos o holocausto
por que não o genocídio
dos índios brasileiros?

Se aprendemos várias línguas
de países distantes
inglês, francês e alemão
por que nem tentamos
inỹ, awen, tupi
que estão pertinho?

Se aceitamos no Brasil
gente do mundo inteiro
por que não toleramos
os que estavam aqui
bem antes de nós
e nos receberam
e insistem sobrevivendo?

Se estudamos a revolução francesa
por que não damos atenção
as revoluções da nossa terra
e dos nossos vizinhos
centenas de povos buscando liberdade?

Se adotamos o cristianismo
e os dogmas absolutos
por que esquecemos o Cristo
e seus ensinamentos
e sua compaixão?

Se somos humanos
por que durante tanto tempo
fechamos os olhos
para não ver a maior parte
dos nossos semelhantes
como se não estivessem ali?

Cidade de Goiás, 8 de junho de 2011.

sábado, 11 de junho de 2011

Não ao medo!


Não ao medo dos fortes
que oprimem a gente
e a tornam pequena.

Não ao medo dos ricos
que roubam a gente
e a tornam pobre
como nunca foi.

Não ao medo dos grandes
donos de tudo
terra água ar
que cercam, proíbem a gente
de andar livre pelo mundo
e viver a vida como deve ser.

Não ao medo dos latifundiários
dos políticos dos empresários
não ao medo
da polícia que mata
do bandido que mata.

Não ao medo da bala
da emboscada
do escuro.

Não ao medo!

A terra o rio a beleza
a dignidade
a força do braço
são nossos por direito
todos sabem
a terra que grita sabe
o bicho que espreita sabe
a árvore antiga sabe
o broto novo sabe
o fogo que queima sabe
a chuva que apaga sabe
o vento que geme sabe
toda a gente sabe
mas alguns
fingem não saber.

Não ao medo
nem da vida
nem da morte.

E se a caminhada tiver que acabar
hoje amanhã ou na próxima estação
vai ter de nós
força luta e coragem.

Cidade de Goiás, 10 de junho de 2011.