terça-feira, 25 de outubro de 2011

Vai tomar banho na Sota!

-->

A Sota



Ah, vai tomar banho na Sota!

Mas se chover, não dá!
água de barro
depois da trovoada
na cabeceira
enxurrada
lava a pedra
cavando pouquinho
não dá pra ver
na vida do homem
porque as árvores
talvez notem
a pedra dura
cedendo à água
correndinho.

Mas na seca, não dá!
poço rasinho
água parada
lodo brejeiro
riachinho
secando minguando
areia na margem
o cheiro
até o barulho
pequeninho.

Mas depois da chuva
rio redivivo
debaixo do sol
sorri colorido
verde-azul barulhento
correndo corrente
transborda bonito
a gente pula
e banha e alegra
da vida boa
na Vila Boa
de Goiás.

Goiás, 25 de outubro de 2011.
* "Vai tomar banho na soda" é um ditado de Goiás que significa a mesma coisa que "Vai catar coquinho" ou "Vai ver se eu tô lá na esquina". Eu, novato nessas paragens, achava que era "Sota" ao invés de "soda". Convenhamos, a Sota é muito mais divertida!

domingo, 23 de outubro de 2011

Poema para historiadores


O historiador
ele mesmo história
flui no rio da vida
abandonando os barcos
do adiante
mirando atrás
enquanto a água
vai passando.

Goiás, 23 de outubro de 2011.

A vida das memórias


Sinto saudades
de memórias esquecidas
como fossem
o âmago do ser
carregando consigo
a vida que pulsa
em cantos escondidos.

Goiás, 23 de outubro de 2011.

sábado, 8 de outubro de 2011

Poema pequeno


Quero um poema pequeno
que caiba nos becos
ruas estreitas
praças de coretos
córregos sequinhos
esquinas e quintais.

Poema
lembrado
na terça-feira
às três e quinze
enquanto se arruma a casa.

Verso menor
falado
num encontro fortuito
na rua, na praça
no vai e vem.

Palavra
propaga
nas bocas de qualquer
bonito
singelo, seja!
de quem quiser.

Goiás, 8 de outubro de 2011.