domingo, 25 de novembro de 2018

Segure a minha mão



Ei, você, segure a minha mão.
Não sou tão forte
para o carregar sozinho
mas posso ajudar
a se erguer um pouco.

Um pouquinho que seja, serve.

Olhe aqui pra mim,
olhe ao seu redor,
veja que o mundo é colorido!
Veja o quadro do Van Gogh,
veja as flores por aí,
a caliandra vermelha
brilhando na seca!
Já reparou que lindo
é o nosso por do sol?

Ei, segure aqui na minha mão,
eu o ajudo a levantar.

Vamos caminhar um pouco juntos
e ver quanta coisa o mundo tem.

Escute, são canções vindo até nós,
é gente se alegrando
e gente triste também.

Sabe, não estamos sós
na alegria ou na tristeza,
escute as canções,
cante conosco!
Leia nossos poemas,
traga os seus também!

Fale um pouco de você,
pode até lamentar,
a gente entende, tudo bem.

Agora abra bem os olhos.
Depois ver lá dentro
é bom olhar aqui fora.

Segure firme a minha mão,
dê aqui um abraço,
essa outra que está livre
estenda para alguém,
está aí do lado.

Juntos, de mãos dadas,
é uma roda que formamos,
essa coisa de criança,
beleza pura, ressuscita!

Firme as pernas, meu amigo!
Força nos joelhos vacilantes!
Dê aqui a sua mão, isso,
vamos juntos!

Veja, ali, logo ao seu lado
alguém caiu na estrada.
Vai pra ele de mansinho
e diz ao pé do ouvido:
“Ei, você, segure a minha mão!”

Formosa, 11/9/18