Num dia qualquer
você faz uma pergunta
enquanto caminha
pelo corredor
e a pessoa ao lado
acha tudo estranho.
Num dia comum o
algodão branco do céu
parece mais triste
porque o azul não brilha
e as mesmas pessoas
amadas aborrecem.
Num dia desses você
perambula pelas ruas
que já conhece
vendo as casas repetidas
e a cidade parece
mais feia e mais suja.
Num dia assim a
grama verde de ontem
fica seca, feia, não
tem a menor graça
e as árvores estão
todas amarelas.
As dores da alma
calam mais fundo,
a solidão ruge mais
forte no peito
e você não sabe
exatamente por quê.
Formosa, 23 de maio
de 2018.
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