Os brutos,
como se sabe,
também amam.
Mas o amor dos
brutos
é como eles,
forte, violento,
brucutu.
Os brutos,
quando tranquilos,
maquinam algo.
Roem as unhas,
sofrendo, pensando
no próximo ataque
da vida.
O bruto é assim,
mesmo sem sofrer
nunca
nenhum ataque.
O bruto,
quando agradecido,
consegue, com
esforço,
parir um obrigado.
E afasta-se rápido
quase envergonhado.
O bruto,
quando gosta de
alguém,
faz-lhe coisas,
fica ao seu lado,
resmunga
e nunca diz
simples assim,
te amo.
O bruto,
quando está
contente,
corre a fala solta,
euforia pura,
canta e dança
e xinga.
O bruto,
quando concorda,
demora a dizer sim
e depois faz
igualzinho
– ideia própria.
O bruto,
como qualquer um,
tem o mundo ali
dentro
mas faltam palavras
para colocar de fora
o sentimento.
O bruto é desse
jeito,
vive a vida
esbarrando nos
outros
quando queria mesmo
um abraço.
Anápolis, 1º de
janeiro de 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário