quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Poema da estrada para um amigo distante

Para Daniel



A mineirice do mineiro
a baianice do baiano
vão grudando na memória
como o pó da estrada.
Vamos seguindo adiante
entre falastrões e canalhas
solidários e amistosos,
vão passando
os carros os caminhões os ônibus
da gente que vai e vem.
É Natal! É Natal!
Lembramos sempre
em cada posto
em cada buraco do caminho
que somos assim
mas não como Daniel Wegman,
vamos longe
mas nem tanto,
e no caminho
a cada passo
a cada curva da estrada
pensamos nos queridos
nos iguais
e lembramos, amigo,
dos bons momentos
com saudade e admiração
e vamos rolando como pedras
voando como um bem-te-vi
tomando mais um copo de café
num novo século de impostores
e tiramos de repente as máscaras
e você sabe quem nós somos
e nós sabemos quem é você.
O que queremos, amigo,
com o coração junto ao seu,
é que o seu caminho distante,
distante de nós,
seja como o nosso
apesar de tudo
um caminho bom.

Itaberaba, 24 de dezembro de 2008.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu queria comentar, mas não sei o que dizer, e acho que sei que vc sabe que eu gostaria de comentar, mas acho que sei que vc talvez saiba também que eu não saberia o que dizer... Nem sobre as lembranças, nem sobre a amizade, nem sobre o poema.

Mas quero te contar um segredinho sussurrado no ouvido bem baixinho pra ninguém ouvir (e se alguém ler vc pode apagar depois se quiser): Wegmann tem dois n‘s no final...
;-)