O sono é um prenúncio da morte,
o cansaço dos dias,
a desilusão com a vida.
O sono é o único remédio
para o esgotamento
de todos os trabalhos ordinários.
Depois da farra - o sono.
Estudo compenetrado - sono.
Labuta frenética - ah, o sono!
Ele subjuga,
ergue-se vitorioso
sobre a consciência altiva.
Embriaga e seduz
corpo e alma.
Chega num bote certeiro,
carinho manso,
na cama quentinha,
no chão da praça,
na biblioteca.
Compromete a imagem:
as bochechas amassadas,
o restinho de baba,
os olhos de ressaca,
o mau-humor descontrolado.
Nada mais existe
quando o sono vence,
a vida perde as cores
e escurece.
O sono é um anúncio da morte.
Depois dele surge o dia,
luz e vida,
nos esperando
a ressurreição.
Formosa, 10 de janeiro de 2018.
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