Pensei em responder
passo a passo
aos poemas de Álvaro
de Campos
fingindo-me grande,
imenso, infinito,
como se estivéssemos
frente a frente.
A intuição cósmica
da tristeza
e o desespero
labiríntico
descem na garganta
secos,
são tão belos.
Não, não posso
respondê-los,
são tão lindos.
A beleza é dessas
coisas,
cada dia vemos,
cada dia admiramos.
Admiro-te então,
senhor Álvaro,
teus escritos
desencantados,
tua angústia voraz,
essas lágrimas
entrecortadas
de quem entrou de
súbito na tabacaria
para um gole de
absinto.
Um dia, um dia
certamente,
um dia desses
qualquer,
de céu azul e sol
ardente,
a alegria aparece
e o amor vence o
medo.
Goiás, 31 de agosto
de 2015.
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