Quando criança
aprendi
na escola dominical:
“o verbo se fez
carne
e habitou entre
nós”.
Mais tarde entendi
o verbo Jesus
era também palavra
era também razão.
Hoje quase preciso
me desculpar
por saber do logos
grego
ofende quem não
sabe.
Perdão, perdão a
todos,
eu gosto de
aprender!
Poesia, um amigo
ensinou,
é feita de imagens
e nunca me esqueci.
A metáfora salta do
papel
grita detrás da
tela
urgente, urgente!
Moisés abriu o mar,
passou na novela
outro dia,
liberdade ao povo de
Deus!
O mar de lama
era imagem
virou verdade.
A culpa só pode ser
dos céus
os milagres bíblicos
não se reeditam.
Esqueceram de passar
na tampa da represa
o sangue dos
cordeiros.
O Bento foi
soterrado,
que tragédia –
natural!
A bênção dos
tempos modernos
é só para aqueles,
bem devotos,
que buscam em
primeiro lugar
o lucro, o lucro.
It’s
only business, my friend!
Dizem os acionistas
correndo atrás do
tempo
perdido.
Já não há mais
tempo
para cada coisa sob
o céu.
Não há mais céu
nessa nova religião.
A culpa é dos
profetas,
só pode,
não tocaram a
sirene.
A culpa é do
destino,
tem de ser,
de quem mais?
O mar de lama
invade a vida
de súbito.
Moisés já é
passado
o novo deus
não encarnará.
Não há razão
para explicar,
as palavras
vão sumindo.
Cada um dos mortos
dói em infinitos
corações.
Bem que Jesus mesmo
se cansou
“Até quando terei
que suportá-los?”
Até quando nos
suportaremos?
Quanto Vale a vida
humana?
Quanto Vale um rio?
Quanto Vale um peixe
morto?
Quanto Vale a água?
Quanto Vale a vida?
Vale?
O verbo habitou
entre nós
mas não vimos a
graça e a verdade.
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