Hoje caiu Dinho
mais um, na frente da família
caiu como as árvores
senhoras antigas da floresta.
Vão sendo derrubados
dia após outro
os homens e as árvores
no coração do Brasil
onde a civilização
é o brilho da bala
e o vermelho do sangue
seco no chão.
Na crônica dessa vida
os nomes dos assassinos
foram ditos antes
e todo mundo sabe
na cidade pequena
quem vai morrer
e quem vai matar.
O barro seco do chão,
vermelho cor de sangue
voa com o vento,
já não tem o mato
pra segurar a terra,
leva pra bem longe
a lágrima de hoje.
Anistia aos matadores.
Anistia aos desmatadores.
Mas uma lei basta
eles são as mesmas pessoas.
Cidade de Goiás, 27 de maio de 2011.
Um comentário:
Lindo!
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