As obras de Lorca
não podem estar completas.
Ontem eu te condenei
pelo que hoje eu mesmo fiz.
Na cova sem nome
as almas atiram seu ódio
e pás de cal alvíssimo
para apagar a memória.
Um conta-gotas
para encher o oceano
e a vida se esvai numa lágrima,
numa canção de amor.
Poderíamos enviar cartas
em branco
para que os outros pudessem
imaginar livremente
o que quisessem ler.
As palavras, a música,
o silêncio.
As obras de Lorca não podem estar completas.
Campinas, 16 de setembro de 2008.
Um comentário:
Às vezes um poema num blog pode ser lido com a imaginação de quem recebe uma carta ...
'Inda que isso seja vago.
Se cuida, 'mano. Lembro-me de vc todos os dias! :)
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